Hoje se fala muito em rota turística Belém-Bragança, rota esta que se trata da antiga estrada de ferro Belém Bragança, um projeto ambicioso e ao mesmo tempo constrangedor, de um lado mostra nosso descaso com um patrimônio material que contava a história de um povo, não temos mais trilhos, estações, pouca coisa restou para contar essa saga de desenvolvimento para o nordeste paraense.
É um grande desafio para o turismo paraense tentar provar que um dia houve uma ferrovia aqui, sabemos que o novo turismo quer algo concreto e satisfação, ao meu ver coloca em risco um projeto que demanda tempo e pesquisa e dividendos, na questão da ética pode ser vender gato por lebre, e o turista hoje não aceita ser lubridiado.
Por outro lado é muito simples dizer que aqui se deu uma ferrovia que gerou riquezas e desenvolvimento para essa região, o outro passo é convencer o visitante emocionalmente e psicologicamente com poucos recursos materiais que de fato havia trem por essas bandas. Como citei acima é um desafio ético e delicado para nova geração do turismo, é um complicador que precisa ser desvendado a cada passo, não podemos colocar os bois na frente dos trilhos até porque nem no ditado isso não dá certo, vejo já muitos empresários se mobilizando com objetivo de lucros neste projeto, sem levar em consideração a falta de recursos materiais e imateriais que esse plano dispõe.
Eu particularmente quando recebo turistas para city tour em Bragança evito a falar sobre estrada de ferro Belém-Bragança até porque tenho muito a falar e não tenho nada de material para mostrar, na minha opinião seria uma falácia, o turista viaja na emoção dos relatos porém realiza-se na visão do patrimônio. Fico feliz para que tudo dê certo, mas olho com apreensão este projeto pela falta de recursos materiais que temos. coisa que o turista não perdoa se for enganado, e que nosso trem não passe de um trem fantasma.